quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Mexican Car – Parte II – O Retorno (a oficina, ehheheh)

Hoje foi o segundo dia que iríamos arrumar o carro, pois ontem como eu disse para vocês o mexicano começou a trabalhar no carro, mas o tanque não tinha conserto, então a solução era trocá-lo.

Já comecei meu dia bem, ou mal, não sei. Na verdade eu não entendo esse povo daqui, para mim só pode ser muito burro porque não tem lógica. Ontem quando o mexicano me trouxe aqui em casa, nós combinamos dele me pegar hoje de novo às 9 horas da manhã. Tive uma péssima noite, quase não dormi, mas as 9 horas da manhã eu estava pronto, sentado no sofá aqui de casa esperando-o. Meia-hora depois eu resolvi ligar para ele, porque ele estava muito atrasado, queria saber o que estava acontecendo. Liguei e não há de ver que o BANANA estava me esperando aqui na porta de casa já tinha 20 minutos. Fiquei sem entender, porque se fosse eu, eu teria batido na porta daqui de casa e pronto, tinha economizados 20 minutos. Mas ele ficou esperando eu lá de fora, como se eu fosse adivinhar que ele tava lá. Não entendo esse povo. No mínimo ele devia ter me ligado, mas tudo bem.

Quando fui lá de fora, já fiquei tenso, tava ele e TODA a família dele dentro da van MAIS o cachorro. Fiquei louco, para que toda aquela familiarada dentro da van mais o cachorro, é ilógico, eu não tava acreditando. Tinha a esposa na frente, uma menininha de uns 4 anos atrás e do meu lado uma outra menininha catarrenta de uns 2 anos para atormentar minha vida MAIS o cachorro que ficava me lambendo e subindo em cima de mim o tempo todo. É foda, sofro demais.
Saímos, fomos em várias oficinas em várias cidades aqui perto, até que depois de inúmeras ligações e umas 2 horas depois que a gente tava andando, o mexicano achou um tanque num lugar ai. Mas não sei que que deu na cabeça dele, ele queria me cobrar o tanque, falou que a gente tinha que rachar, que não sei o que, fiquei louco na hora, ele tava mechendo no bolso praticamente, fiquei enfurecido, e imaginem, aquele tante de gente dentro do carro mais um cachorro em cima de mim e eu tentando dialogar com o mexicano meio que em espanhol meio que em inglês, foi aquela beleza. Mas chegamos num consenso, eu pagaria 30 dóllares para ele trocar o termostato também mas só daqui uns dias.

Tanque compro, voltamos para a oficina. Graças a Deus, eu tinha me livrado daquele cachorro infernal que tava desorganizando minha vida, que locura. Agora minha outra briga seria contra o frio, porque a garagem era congelante, minha sorte que eu tava preparado para ir para a guerra com aquele tanto de roupa, ehehehhee.

A porte “interessante” (para vocês) vem agora, porque estamos lá naquela garagem novamente, eu sentado na caixa de som, o mexicano debaixo do carro trocando o tanque (detalhe, pra mim ele é ninja, eu tava com 6 blusas e 3 calças e 3 meias, 2 luvas e toca e ele tava só com um moletom fininho, EU tava sentindo frio para ele, fiquei doido), ele deitado no chão em cima de um estofado, eu atrás dele observando ele trocar o tanque, ele com aquela bundona horrorosa virada para o meu lado que de repente eu escuto um: BRUUUMMMMMMMMMM, quase dei um ataque cardíaco na hora e morri lá, fiquei completamente alucinado, eu não tava acreditando, para mim eu estava sonhando, ou melhor, tendo um pesadelo, mas em poucos segundos meus sentidos olfativos me disseram o contrário, realmente eu estava acordado e envolvido num cheiro de peido de mexicano com mistura de gasolina no chão, vocês não tem noção, sai correndo para fora da garagem, tava nevando demaissssssssssss, mas preferi enfrentar o frio do que aquele cheiro horroroso que eu nunca tinha sentido na vida, credo, quase me matou. Fiquei uns 5 minutos lá de fora, quando eu tive a certeza que meu nariz tinha congelado eu voltei para dentro. Olhei e ele tava lá, tranquiiiiillllloooooo mechendo debaixo do carro, sem nem mostrar um pingo de vergonha na cara. Eu queria matar ele, tem lógica, o cara soltar um peido quase que na minha cara e não falar nem desculpa ou sei lá, mostrar um pingo de vergonha, anão, não tenho estrutura para aguentar uma coisa dessas não, vir para os EUA trabalhar em Subway, caminhar um milhão de horas para chegar no trabalho, encarar frio, neve e um monte de coisas até que vai, agora encarar um peido de mexicano eu não mereço isso não.

Passado alguns minutos, to lá distraído, sentado novamente na caixa de som, prestando atenção no serviço dele, desta vez ele ta do lado do carro, longe de mim, que eu escuto um: BRUUUMMMMMMM RUMMMM RUMMMM novamente. Anão, que locura, o cara devia ter comido merda estragada com pimenta mexicana, não tinha lógica, eu não merecia aquilo não, que que eu tinha feito, meu Deus. Realmente cheguei a conclusão neste dia. Estava aqui nesse país para pagar todos os pecados que eu cometi na minha vida, certeza. Novamente, corri para fora, fiquei mais um tempo lá, nariz congelado novamente, volto para dentro da garagem.
Depois destes episódios, passou alguns minutos e ele tinha terminado o serviço, graças a Deus, eu tava doido para sair correndo daquela garagem, tava com mais vontade de correr do que o Forrest Gump. Ele abriu a garagem, tirou o carro, me entregou a chave, e eu só dei um TCHAU, HASTA LA VISTA e Byeeeee. Fuizzzzzzzzz. Vazei. Nem falei de dinheiro, nem de termostato, nem de nada. Você tá é doido, que belo presente de Natal que eu ganhei heim, Deus me Livre.
Bom, voltei para casa, agora parece que o carro está bom, vamos fazer os testes nele amanhã se o tempo ajudar. Acho que depois de hoje posso tocar todo o terror que eu quiser na minha vida que eu to com pecado pago sobrando, só pode.

Bom, no mais foi só isso, voltei aqui para a casa, dei uma descansada e agora a noite vou lá no Pine para comemorar o Natal com a galera lá. Me convidaram para uma festinha, acho que vai ser boa.

That`s it. Bye bye, see uuuu.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Noites Brasileiras em Wisconsin Dells

Como eu já disse em posts anteriores, minhas noites aqui nesta cidade estão ganhando uma certa agitação e quase todos os dias eu descubro alguma coisa interessante para fazer nesta cidade. Além é claro de fazer amigos e dar boas risadas juntos.

Um cara que se tornou meu amigo e tenho saído muito com ele é o Renato, o qual eu também já falei sobre ele aqui.

O Renato é um cara que eu tenho que agradecer muito a ele, pois tem me dado uma grande ajuda aqui, foi através dele que eu consegui meu segundo emprego como fotógrafo, foi através dele também que eu comecei a conhecer as noites aqui de Wisconsin Dells e além disso conheci e fiz amigos americanos. Renato fala pra mim que eu to colocando ele no mal caminho, pois antes ele praticamente não saia, era mais quieto, mas que agora ele nao tem ficado mais em casa, é muito engraçado quando ele fala que a gente tem que se divertir um pouco, pois estamos trabalhando demais então temos que apreciar a noite aqui, realmente é muito engraçado.
Bom, então devido esta busca por apreciação e diversão nas noites daqui de Wisconsin Dells, nós temos ido em alguns lugares e para isso nada melhor que um guia turístico daqui da cidade, e hoje nós temos um amigo daqui, um verdadeiro guia turístico, seu nome é Jeremy.


Jeremy é um cara engraçado, americano, 27 anos, mora em Wi Dells tem alguns anos, branco, cabelos curtos, dentes no lugar (hehehehhe), alto, magro, e muito, muitooooo engraçado, além de gostar de uma farra e uma cerveja que vocês não tem noção. Ele daria muito certo com um amigo que tenho no Brasil, o Carlão. Os dois fariam uma dupla invejável, hehehehehe.



Então, normalmente sai nós três a caça de muita diversão.

Alguns dias atrás, saiu Renato, Jeremi, Milton e eu e fomos num barzinho muito bacana aqui que se chama ShowBoat. É um típico bar americano, com aqueles balcões para a galera sentar e tomar uma cerveja, as garçonetes servindo bebidas, dançando, também tem mesas de sinuca e um karaokê para a galera se divertir. É bem animado, apesar de no dia que fomos não estava muito cheio, mas foi bem divertido. O melhor das saídas não é nem os lugares e sim a companhia e sair com o Jeremy é farra na certa. Ele é muito engraçado, só fala besteira e atenta todo mundo. Milton é um cara mais calmo e o Jeremy tocou o terror com o Milton no bar, o resultado ta ai abaixo e como disse uma colega de trabalho nossa: “Good Fish” (Boa pescaria ou bom peixe, tanto faz). Uahuahuahuaua, Pense num menino que ficou tenso. É a gente conversando e o Jeremy fazendo piada e tirando sarro da nossa cara, ele não para quieto um minuto, a quem diga que ele é hiperativo, heuahuahuauhaua. Este dia no Showboat foi muito bom, apesar de não estar tão cheio, a noite foi bem engraçada e divertida. Altas risadas. (Não reparem nas fotos, ele é doido).


No outro dia, sábado, fomos no Marley`s, outro bar bem bacana daqui, porém desta vez o Milton não nos acompanhou. O Marley`s é um bar dançante com estilo havaino, bem decorado, as parades tem televisões e ilustrações, possui coqueiros artificiais no meio da pista onde a mulherada sobe em volta da mesa e dança atééééé, hehehehe, também possui mesas de sinuca e jogos de fliperama no segundo andar. Enfim, é um bar bem caracterizado, animado, aconchegante e que vale a pena conhecer. Neste dia a noite foi bem animada, a música estava contagiante, tinha alguns brasileiros bem animados, mas também tinham muitos americanos, o bar estava cheio, a música envolvente, a galera dançando, o Jeremy falando besteira e a gente se divertindo muito. Conversamos bastante, animamos com os brasileiros, dançamos muito e tomamos algumas cervejas de leve. Foi uma noite bacana e bem divertida. Abaixo coloquei algumas fotos para ilustrar.



Sempre tenho feito alguma coisa aqui, apesar da cidade ser pequena, os atrativos estão começando a aparecer, as coisas estão começando a acontecer, o inglês está começando a sair. Com certeza existe vida nesta cidade e muita gente legal. =)


Na segunda-feira fui para Madison (40 min de Wi Dells) com a filha da nossa empregadora, a Natalie, para assistirmos uma partida de futebol dela. Foi mais uma noite muito engraçada, com muita diversão, risadas e conversa em inglês.


Bom, no mais é isto, os dias e noites em Wi Dells tem se tornado mais interessantes, menos deprimentes, cada dia com um lugar diferente, com pessoas diferentes, com histórias diferentes. Hehehehe. Esta está sendo minha vida aqui, nesta cidade perdida no meio do nada, porém PARECENDO sempre ter um algo a mais.

That`s it.

Big hug (grande abraço)

Um Carro Mexicano em Mãos Brasileiras

Oláa queridos amigos!!! Há dias tento tirar um tempo para escrever para vcs, mas realmente minha vida aqui pegou uma agitação que não está sobrando tempo, o pouco tempo que tenho tido estou dormindo. ehhehehe

Bom, mas vou tentar fazer um resumão de tudo que veio acontecendo, porque os fatos são muitos.

Depois de muita caminhada, muito frio, muita parte do corpo congelada, meus roommates (Bruno e Milton) e eu chegamos a uma conclusão que não dava mais, precisávamos de um carro urgente, não tinhamos condições mais de caminhar aquela distância com tanto frio e neve nas ruas.

Com muita conversa, discussão a respeito de qual valor iríamos gastar no carro, como deveria ser, essas coisas, chegamos a um consenso e fomos atrás do carro, com aquela grande ilusão de todo brasileiro, vamos comprar o carro mais barato, da melhor maneira possível, com tudo funcionando, ehhehee. Bom, olha um carro dali, dirige outro dacolá, procura no site de carros daqui e nada, até que um dia eu fazendo minhas intermináveis caminhadas vi um carro, anotei o numero do cel, ligamos e saímos com o tal carro para ver se realmente estava bom como o mexicano disse que estava, seu nome é Jesus, e é claro que nenhum Jesus iria passar a perna na gente. Dirigimos, gostamos, realmente PARECIA bom, pagamos, enfim tinhamos um carro, Thanks God, não iriamos andar aquela distância toda mais a pé!!!

Quando experimentamos o carro, ele tava cheio de neve, havia poucas horas que tinha acontecido uma nevasca, as ruas estavam cheias de neve, o carro estava cheio de neve, nós estavamos com mil e uma roupa, resumindo, não dava para saber se o carro realmente estava bom, não deu para perceber se realmente o termostato estava funcionando, enfim, apenas dirigimos e com toda aquela inocência do mundo, acreditamos que o carro estava bom, hehehee.

O carro é um Pontiac, ano 93, o barulho do motor é bonito e ele é bem confortável por dentro. Depois de comprarmos o carro, fomos abastecer e depois ao Wal Mart, que legal, primeira compra nossa sem precisar voltar de taxi ou a pé com as sacolinhas. Compras feitas, voltamos para o carro e quando o motorista da vez, Dr. Bruno, hehehe, chega do seu lado do carro, eu só escuto: "Oh Meu Deus, Murilo você não vai acreditar!", eu corro e olho. Realmente o carro estava muito bom, só que o tanque de gasolina estava furado e a gasolina estava toda no chão. Realmente somos muito bom em carros, o My God!!!

Fomos tentar falar com o Mexicano, mas ele não estava em casa. Agora tinhamos um carro e um problema na mão, somos muito azarados!!! Só tinha que acontecer comigo mesmo. Aneimmm.

No outro dia, fomos olhar o carro realmente como ele era e ai fomos perceber os detalhes. O carro é branco mas tem duas listras, uma verde e outra vermelha representando a bandeira do México, a direção dele ta bambinha, o termostato não funciona (quase congelamos no dia seguinte), os vidros não descem e o tanque de gasolina está furado, só isso, temos um ÓTIMO carro nas mãos, ehhehehe.





O carro para ir trabalhar e nos proteger do frio realmente está bom, tem algumas coisas que não estão funcionando bem, mas para andarmos dentro da cidade e irmos trabalhar da para quebrar um galho, além de que realmente foi very cheap (barato).

Falamos com o Mexicano a respeito do termostato e ele prometeu arrumar para gente, e hoje passei o dia inteiro em uma garagem (eu estava de folga) quase morrendo de frio, vendo ele TENTAR arrumar o tanque. Resumo da história: o tanque não tem como consertar, amanhã ele prometeu trocar o tanque e arrumar o termostato.

Aguardem cenas do próximo capítulo, ehhehehe.

Bjos e abraços para os respectivos!!!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Existe um Brasil dentro de Wisconsin Dells

Olá queridos amigos, peço desculpas pelos vários dias que não posto aqui no Blog, mas realmente o cansaço misturado com uma certa agitação que minha vida ganhou aqui, não tem sobrado tempo ou disposição para eu escrever, porém tirei hoje para relatar a vocês que existe um Brasil dentro de Wi Dells.

Quando cheguei aqui em Wi Dells me senti muito sozinho e junto com a solidão veio pensamentos, reflexões, choros sozinhos, saudades, fraquezas, um monte de sentimentos que é impossível de se descrever, a única maneira de saber é sentindo, acredito que isto é a famosa Home Sick (seria como uma doença por sentir falta de casa).

Os dias se passaram, eu tinha meu computador para ajudar a encarar a solidão e como eu fui contando aqui no blog, com o tempo fui conhecendo pessoas, meus roommates chegaram, consegui um segundo emprego e as coisas foram se acertando.

Com a ajuda da internet eu tinha amigos "virtuais" com um elo em comum que seria a temporada de férias aqui, e que hoje estes vieram a se tornar amigos reais. Bom, como já disse, o começo de tudo foi a internet, a busca por informações sobre esta pequena cidade turística, uma comunidade no orkut onde os brasileiros se ajudam entre si, a troca de informações e força entre os membros e, consequentemente, o conhecimento pelo menos virtual desta cidade antes de chegar aqui. Com esta busca de conhecimento, descobri a existência do Pine Aire Motel, o qual é um motel famoso entre os brasileiros por sua honestidade, aconchego e receptividade.

Devido estes amigos virtuais que depois se tornaram reais e a proximidade do Pine Aire aqui de casa, um dia eu andando deconsoladamente por estas ruas frias e macabras daqui de Wisconsin, passando na porta do Motel, resolvi dar uma de Joãozinho-sem-braço e entrei no motel buscando um amigo (virtual que eu nem sabia ao certo se havia chegado ou não) e com a maior cara-de-pau do mundo, um inglês mais ou menos e o jeitinho camarada da mulher da recepção, passei da porta principal e adentrei ao interior do tão falado Motel.

O motel é bem bacana, aconchegante e climatizado, quando a gente passa pela porta da recepção já saímos direto numa área de lazer (lembrando que é tudo fechado e climatizado) onde tem uma piscina de água quente, uma jacuzi a direita da piscina, logo atrás uma sala com máquina de fliperama, e algumas cadeiras envolta da piscina e da jacuzi para a galera sentar.

Quando entrei no motel pela primeira vez já percebi algo diferente, parecia que eu estava num mundo diferente, vozes e palavra diferentes, apesar de me encontrar nos Estados Unidos da América dentro do Pine Aire Motel o povo falava... Português.... ééééé isso ai, existi um Brasil dentro de Wisconsin Dells e eu não sabia. Que legal, a galera só falando em português chegava até a ser um alívio para meus ouvidos (mas só para ressaltar, quem fala português lá são os hóspedes brasileiros e não os funcionários, porém 90% dos hóspedes são brasileiros). Já cheguei dando aquele Oiii para uma galera em volta da piscina e uns me olhando com aquela cara: "Quem é esse?", ai perguntei por um nome qualquer lá (um amigo virtual lá qualquer), a um lá respondeu: "Não, não sei quem é esse cara não...", pronto, era a deixa que eu precisava para puxar um assunto besta qualquer, falar uma besteira para outro, dar uma risada de alguma outra coisa qualquer e quando eu me vi, estava dentro o quarto de uma galera tomando cerveja, batendo papo e falando besteiras brasileiras, ehhehehehe, foi bom de mais. Ai imaginem, quando junta mais de um brasileiro perdido nas entranhas americanas e sem saber falar inglês que que vira? Vira farra na certa!!! =) E é reunindo essa brasileiraiada tudo junto que a gente percebe o tanto que o brasileiro é capaz de ser feliz por seu próprio estilo e o tanto que o jeitinho brasileiro é algo que esta presente em todos os lugares.

Neste dia lá no Pine foi legal, conheci uma galera massa e sem querer começamos uma festinha lá do nada. Tinha uma boa proporção de 9 ou 10 homens e 1 mulher (noiva), heheehe, aquela maravilha. Mas apesar dessa pequena proporção a favor da ala masculina, quando junta a brasileiraida a farra será boa na certa. Ai vocês já viram né, só os figuras, um conta uma história de pescador daqui, o outro conta uma mentira e a gente finge que acredita dali, mas até ai tudo bem, o que eu fiquei mais impressionante foi quando que nesta conversa, as risadas tomando conta do espaço que pela primeira vez na história da Humanidade, com aquele jeitinho bem brasilero de ser que eu conheço a primeira salva-vidas da Terra que não sabia nadar, auhauhauhauhahauahuahuhauua. Gente, podem pensar que é mentira, mas é verdade, é só brasileiro para fazer uma dessas, a menina veio para os EUA, trabalhar como LifeGuard de um hotel chiquérrimo, porém ela não sabe nadar, tem lógica, quase morri de rir quando eu escutei essa história. Já pensaram, uma criancinha se afogando e a Lifeguard que não sabe nadar, vai salvar a criancinha e quem se afoga é ela, precisa de outro lifeguard para salvar os dois, é só brasileiro para aprontar uma dessas mesmo, uhuahuahuuua. Pela sorte da menina e dos hóspedes do hotel mudaram a menina de posição e ela não vai precisar socorrer mais ninguém. hhehehe.

Com essa reuniãozinha conheci um que conhecia o outro que fiquei amigo do outro que descobri que o um era o cara que eu trocava uma idéia na internet e não sabia e, resumindo, no final eu já tava amigo de quase todo o Pine, falando o bom e simples português, dando um jeitinho brasileiro e tomando uma cerveja gelada, que coisa boa!!!

Com isso, apesar de não ir muuuiiittasss vezes ao Pine, uma ou duas vezes por semana, lá é meio que uma segunda casa para mim, me senti sozinho ou to afim de fazer alguma coisa ou ver uma mulher bonita (porque apesar da minha primeira festa ter sido só cueca, lá tem brasileiras e muito bonitas diga-se de passagem, que dá show de beleza em qualquer americana) eu dou um pulo lá no Pine e ai vira festa.

Uma passagem engraçada que aconteceu lá no Pine foi o meninos lá perguntando a respeito de como era aqui em casa e como eram meus roommates. Fui explicando falando que aqui era grande, os meninos e a Valéria são gente boa, mas são mais tranquilos, não são tão rueiros como eu, estas coisas. Daí eles falaram: "Ah, mas di boa então, se os caras são gente boa já tá valendo, dai de vez em quando vocês tomam uma cerveja lá e fica de boa batendo um papo!", ai falei: "Ih cara, lá em casa a gente nunca comprou cerva não, os meninos não gostam de beber e eu beber sozinho nem animo", dai um perguntou: "Ueh, mas então o que vocês bebem lá?", respondi com aquela humildade e tristeeeezzzaaa: "Uehhhhhh, a gente toma leite (tem cinco garrafão de 4 litros de leite cada um dentro da geladeira) e quando a gente quer dar uma variada a gente toma um leite achocolatado que parece Todynho", os meninos lá quase morreram de rir quando viram eu falando daquel jeito, ehhehe, mas é verdade, aceita um leitinho? Vem aqui fazer uma visita, ehheh.

Como disse, além do Pine minhas noites também ficaram mais agitadas aqui em Wi Dells, tenho saido muito com o Renato (aquele brother que contei pra vocês) e isto tem tornado minhas noites aqui mais divertidas. Fomos em algun barzinhos muito bacana diga-se de passagem, daquele estilo bem americano, muito fera mesmo e esses dias atrás ele me chamou para ir numa festinha na casa de um americano amigo dele, pensei: "Nossa que legal, festinha em casa de americano igual a gente vê em filme, que legal, to dentro. Fechooooooo". E lá fomos nós. Primeiros passamos num barzinho, mas tava meio devagar e em seguida fomos para a festa. Uma casa massa, um bocado de carros na porta, bem próximo aqui de casa. Chegamos, entramos e para minha surpresa... mais uma vez, existe um Brasil dentro de Wi Dells, hehehehe, todos os brasileiros daqui estavam lá, de americano mesmo só os dois amigos do Renato, o resto só a brasileiraiada, ehehhehe, mas melhor ainda, porque isso foi sinônino de conversa em português, povo bonito, mulheres bonitas (hummmm =), bebidas e muita diversão... e no final da noite duas multas por barulho e uma por estacionamento em lugar indevido para o dono da casa (essa parte só fiquei sabendo depois, pq já tinha ido embora, paia).

Bom, no mais é só isso galera, vou tentar voltar a postar com mais frequencia.

Bjos e abraços para os respectivos!!!

T++++

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Muitos Acontecimentos!!!

Bom, já tem quase três dias que não posto, porém o cansaço anda muito grande, o que tem me feito dormir mais cedo, além de que meu notebook tá dando uns pau que vou tentar arrumar depois, então ta dificultando a comunicação, mas vamos lá!

Dias se passaram, acontecimentos acontecerão (que expressão linda, meu Deus, tudo bem que é redundante, mas é para dar coerência no negócio da coisa, hehehee), vamos aos fatos:

Como eu já disse para vocês, Mirto Minino está em terras americanas e para melhorar as coisas, estamos morando na mesma casa e trabalhando no mesmo local, então isso é sinônimo de que? Atrapalhadas é claro. Mirto minino tem quase me matado aqui, quando não é de rir, é de susto, mas tudo bem, acho que esta façanha ele não vai conseguir, hehehe.

Mirto Minino com sua incrível facilidade de fazer bananagens, o que eu não fiz em mais de três semanas aqui, ele já bateu o recorde e realmente está conseguindo viver intensamente, e de lambuja acaba sobrando pra mim (rir, hehehe).

No segundo dia de trabalho do Mirto Minino, este como já disse para vocês é um amante do conhecimento e da aprendizagem, ele conseguiu uma façanha inédita que nenhuma outra pessoa na história do subway conseguiu fazer. Como o processo de preparo dos ingredientes para os lanches é tipo industrial, nós usamos várias ferramentas de grande porte, ou de corte em escala, essas coisas, então neste dia o Mirto tava cortando os famosos tomates que ninguém ainda conseguiu descobrir onde são lavados, mas a gente tem a esperança de que eles um dia foram limpos, um dia quem sabe, hehehe. A máquina que usamos para cortar os tomates possui lâminas afiadas que ficam escondidas numa espécie de mini-túnel onde a gente coloca 1 tomate por vez, apertamos a alavanca e o tomate sai cortado do outro lado das lâminas (é como se fosse um espremedor de batata para fazer purê, só que com lâminas), então na verdade nossas mãos não tem contato com as lâminas em momento algum. Mirto minino com seu jeito espontâneo, alegre e curioso de ser, resolveu fazer um estudo "anatômico" do funcionamento e do processo de corte artesanal e milimétrico dos pedaços de tomate (vocês entenderam? Eu também não, mas vamos lá, ehhehee) e como o próprio nome já diz, Mirto Minino, e como todo bom minino precisa pegar para ver, Mirto em seu estudo foi colocar o dedo nas lâminas ou foi medir o espaço entre elas, não sei que raios ele estava fazendo, pois nunca uma mão tinha entrado naquele lugar, mas o que eu sei é que de longe, nas entranhas de Wisconsin Dells escuta-se o eco do grito de Mirto quando ele realmente teve certeza que as lâminas eram cortantes e estavam afiadas, pois ele quase arrancou a cabeca de um dedo neste seu estudo de caso detalhado. Sangue jorrando para todo lado, tomates esparramos, praticamente o molho catchup já estava pronto, só podia mesmo ser uma façanha do Mirto Minino, hehehee. Na verdade, neste dia eu estava em casa descansando, pois era o meu day off, portanto esta história eu não estava presente, então eu não sei realmente como foi, só sei que foi assim, hehehehe.

Neste mesmo dia, Mirto Minino chega aqui no dormitório, vejo que ele esta "descabriado", cabisbaixo, lamentando a perda da cabeça do seu dedo, quase chorando como uma criança, penso: "Poxa, não posso deixar meu amigo nesta tristeza toda" e o convido para fazermos um belo passeio até o Wal Mart para comprarmos algumas coisas. Mesmo cansado, vejo um leve sorriso de canto de boca onde ele aceita o convite (mentira, hehehe, na verdade quase tive que emplorar para ele ir comigo, mas com muita luta ele foi, ehehhee). É nessa hora que Mirto se prepara, coloca toda aquela roupa charmosa (5 blusas, auhauuahau) e vamos nós. Caminhando again. Ai é aquele papo de sempre, perde-se um queixo congelado daqui, um nariz pedrado dali, um escorregãozinho dacolá, uma leve reclamação que é longe demais e assim a gente vai indo, como sempre.

Neste dia no Wal Mart foi interessante, porque descobrimos que existe um Brasil dentro de Wisconsin Dells, porque poxa, de brasileiros lá devia ter pelo menos uns 20. É muito fácil identificar um brasileiro aqui em Dells, é só você ver umas carinhas meio perdidas com aquela expressão de "onde estou?" comprando roupas e mais roupas de frio ou senão babando em frente as cervejas encantado com o tanto que elas são baratas aqui (18 dolláres uma caixa com 24 latas), que pronto, é brasileiro na certa. uahuahauah. E assim foi, compras feitas, de volta para casa, chegamos aqui naquela felicidade, aquela disposição e nenhum pouquinho cansados, desse jeitinho ai que vocês estão imaginando. Ninguém tava desejando um banho, nem uma cama, trocar de roupa, pra que? Pois é, nesta hora que chegamos em casa, para me desorganizar e também pela primeira vez na existência deste dormitório, Mirto Minino antes de sair de casa resolve puxar a porta do nosso quarto e para a nossa alegria, as portas daqui tem trava interna, então por fora não abre, então adivinhem??? AEEEEEEEEE, é isso ai, Mirto Minino trancou nosso quarto por dentro, com TODAS as nossas coisas lá. Olha que façanha, to dizendo que o Mirto ta fazendo coisas que nunca outro ser humano foi capaz de fazer nesta cidade. Resultado: um dorme na sala, o outro dorme de uniforme de subway com cheiro de cebola, o outro arruma um colchão do quarto de Valeria (a chilena que chegou e também está morando aqui com a gente). Coberta??? Pra que?? Aqui não faz frio, imagina!!! É verdade, Mirto Minino ta fazendo eu pagar todos os meus pecados, sua missão é fazer me redimir e livrar de todos os meus males. To sofrendo de mais, Meu Deus!!! ehhehehehe.

Bom, mais uma noite agradável de sono se foi. Mirto, Bruno e Valeria foram no escritório para pegar a chave e conversar com a Tina, nossa chefe. Eu fiquei aqui em casa preparando um café, de repente, o Bruno vem correndo para dentro de casa, quase morrendo, eu olho para ele assustado, ele está até se sentindo meio com falta de ar. Eu pergunto que que foi e ele responde que a Valeria, outra estreante da era do gele e neve, leva um leve escorregão e vai para o chão. Mirto Minino como um cavalheiro que é, vai socorre-la, e o que que vira? Vira Merda é claro. Pernas, cabeças e muita neve se misturando no chão. Um mais banana que o outro, auhauhuauah, para cair foi fácil, agora para levantar naquele gelo, também foi outra novela, os dois viraram dançarinos de rap americano, daqueles que rolam no chão o tempo todo. Pena que eu perdi essa cena também. Mas juro pra vocês que estou fazendo a descrição fiel do que o Bruno me contou, não aumentei nenhum pouquinho, hehehehe.

Bom, logo após isso eles foram trabalhar, eu tava de day off de novo, porém fui com eles caminhando, e nesse meio tempo, o que acontece, Mirton Minino esquece a sua viseira (é uma viseira ridícula que a gente precisa usar para trabalhar, pensem, quando eu coloco aquela porcaria meu cabelo fica parecendo o da Margie Simpson, aquela beleza para cima, minha sorte foi que consegui um boné, dai vai eu novamente salvar a pele do minino de novo, emprestei meu boné pra ele, hehehe).

Bom, falei tanto do Mirto que vocês devem estar se perguntando, e eu?? e eu?? Bom, aqui como alguns já sabem sou um famoso Sandwich Artist (olha que chique, como um Michelangelo, Leonardo da Vinci, soa até bonito, Sandwich Artist, soa importante, sou chique =), ehheheh, e agora além disso sou um Photografer (não é tão chique quanto sandwich ARTIST, mas é bom também, ehhehehe). É isso ai, consegui um bico aqui que a gente tira foto dos turistas num teatro que tem aqui e que se chama Broadway e depois vendemos as fotos pra eles. Parece simples, mas é interessante e dá para rolar uma grana massa.

Meu dia foi assim, tirando umas fotinhas, depois voltei para casa e a noite fiquei assistindo TV e foi ai que eu assisti meu primeiro filme totalmente em inglês e SEM legendas e consegui entender quase tudo, olha que bacana, fiquei tão feliz, tava me sentindo até importante no final do filme, achei muito legal mesmo. A parte que o filme era A Hora do Rush 3 e eu já tinha visto ele umas três vezes no Brasil não conta, estava me sentindo importante do mesmo jeito, ehehhehe.

Valeria é chilena, baixa, magra, cabelos pretos e pele clara. Fala muito bem inglês (coloca eu, o Milton e o Bruno no chinelo) e ainda fala espanhol (claro!), porém muito rápido, então a gente conversa mesmo em inglês (a gente TENTA conversar, ela conversa, ehehhee). É uma menina muito gente boa, quieta, calma, atenciosa, bem correta em suas atitudes e tem um namorado que segundo ela é o homem da sua vida.

Durante o filme, Valeria foi me acompanhar, deitou no outro sofá e de repente dormiu. Eu como sou um bom rapaz, assim que terminou o filme fui deitar e deixei ela dormindo lá. Não ia acordá-la, até mesmo porque não via razão para isso. Hoje de manhã, estava me arrumando para ir trabalhar e Valeria veio até o meu quarto, me chamou e pediu para ir ao quarto dela. Aquele ar de suspense, comecei a ficar tenso, eu com uma perna colocada na calça e a outra fora, fui meio pulando (calma gente, era a minha segunda calça, aqui eu uso duas todos os dias por causa do frio, mentes poluídas, ehehhe), pede para eu fechar a porta, ai que eu fiquei tenso mesmo e começa a falar que tinha tido problemas comigo. Gente, na hora eu fiquei doido, pensei: "Que que eu fiz dessa vez, alguma coisa sobrou pra mim!!!". Ela veio me falar que tinha ficado muito magoada comigo porque eu tinha deixado ela dormir no sofá, pois ela tinha ficado lá para me acompanhar e tal. Quando eu vi, eu estava tendo a minha primeira discussão em inglês (olha que chique=) o único problema é que eu não sabia me defender, porque não tinha palavras em inglês para isso, o Meu Deus, que sofrimento para tentar falar que eu não tinha feito por mal, que eu pensei que ela estava bem daquele jeito, foi uma mistureira de inglês com português e portunhol, hhehe, com gíria e mimica rolando para tudo quanto é lado, que sofrimento, Meu Deus, mas consegui, ela entendeu que eu não tinha feito por mal e ficou tudo bem =).

Bom, fui trabalhar, mesma rotina de sempre. O legal foi que minha gerente disse que achou que meu inglês ta melhorando, que eu to conseguindo me comunicar com eles e com os clientes, que estou mais confiante, poxa me encheu de elogios. Pensem no sorrisão aparecendo na hora, fiquei felizão da vida, me achando o dono da razão, o falante de inglês. hehehehe. Vindo embora, ganhei uma carona de uns clientes e vim todo falante dentro do carro e até que rolou uma comunicação legal, um casal americano super simpático, com um cahcorro gigante atrás. Eu conversando com eles, e aquele cachorro me cheirando, me lambendo e a menina falando que ele tinha gostado de mim. Eu mereço mesmo!!!

Vim embora pra casa, só na pose, cheguei aqui, pensei: "Pô, assisti um filme ontem, entendi um pouco, tive minha primeira discussão em inglês, entendi também, minha gerente falou que meu inglês ta melhorando e eu entendi ela falando isso, conversei com uns clientes também e entendi, poxa, vou ter que ver outro filminho em inglês, sem legenda, Sou O Cara! ehehhe". Me ajeitei no sofá, coloquei aquele filminho (dessa vez eu nunca tinho visto) e fui assisti-lo. Bosta, entendi nada, inglês que é bom, só ilusão. Oooo Meu Deus, me da forças, porque não tá fácil não, o língua enrolada!!!

Bom, é isso!!! Quando tiver mais histórias conto para vocês.

That`s it.

Kiss

domingo, 30 de novembro de 2008

Um Minino Chamado Mirto (Ele Comeu, EEEEEEEEE \o/)

Hoje vou falar de um grande amigo meu, Milton Ferreira Alves, mas conhecido como Mirto Minino. Mirto minino é o grande responsável por eu estar aqui nos USA fazendo este programa de Work and Travel. Como sempre vou começar do começo para explicar toda a história.

A primeira vez que vi o Mirto Minino foi na dinâmica de grupo do processo seletivo para trabalhar na UCG (Universidade Católica de Goiás), pois participamos da dinâmica juntos e na época eu lembro muito bem dele, pois ele havia se destacado muito com suas belas palavras a respeito de si mesmo naquela hora do quem sou eu, no dia lembro direitinho em ter pensado: “Que menino enrolão, Meu Deus”. E realmente, sua belas palavras conseguiram enrolar muito bem as psicólogas (as minhas também, não posso esquecer de me dar crédito aqui também, eheheh) e logo depois disso fomos trabalhar juntos na Biblioteca da UCG.

Milton é um grande amigo, tem aproximadamente 1,70 metros, magro, cabelos escuros, inteligente e bem determinado no que quer da vida. É um cara estudioso, amante da biologia e do conhecimento, profundo conhecedor dos livros da Biblioteca Central de Goiás, sabendo de cabeça até mesmo a classificação de vários, ehehee.

Junho de 2007 nós estávamos trabalhando lá na Biblioteca e começamos a falar a respeito deste assunto de intercâmbio, pois era algo que eu sempre quis, e disso surgiu também a vontade no Milton e ele começou a mexer os pauzinhos para realizar o Expirience in USA.

Eu esqueci desse assunto, o tempo passou, sai da Biblioteca, fui ser psicólogo e em julho deste ano deixei de ser psicólogo para ser nada (para não dizer desempregado, ehehhe) e resolvi fazer o intercâmbio também, foi ai que conversei com o Milton e resolvemos fazer o programa juntos.

Bom, a partir daí vocês já sabem minha trajetória e antes de ontem, quem chega em Wisconsin Dells, ninguém melhor do que o Mirto Minino. Não me esqueço do seu sorriso de alegria e o abraço feliz que me deu quando nos encontramos aqui, foi algo bacana. Fiquei feliz em rever o Milton e agora mais do que nunca tivemos a certeza de que nossos planos estão começando a dar certo =).

Foi nessa hora que eu tive que virar pra ele (Gente, eu juro que eu tentei não fazer, mas eu não resisti) e tive que perguntar pra ele se ele estava com fome (auhauauhauhuhauha) e a resposta tão esperada surge da boca de Mirto: “Sim, to querendo comer alguma coisa mesmo”, quase pulei de alegria na hora e falei: “Tem umas bolachinhas esperando por você (auhauhahauaha, sou muito mal =)”. Foi ai que descemos e mostrei para ele o saco de bolachas que estava na geladeira (para não perder, ehhehe) e ele comeu algumas bolachas feliz da vida, auhauhuahahuaa. Pensem na minha felicidade no momento. Ficou faltando só 4 bolachinhas, de um pacote que quando eu comprei tinha umas 60 bolachas. Ta bom de mais. O que eu achei melhor, foi ele falando depois: “Depois precisamos ir no Wal Mart para comprarmos mais dessas bolachinhas”. Eu lembrava do blog, pensava em vocês rindo aqui, dava um sorrisinho de leve por fora (por dentro eu estava me matando de tanto rir) e falei: “É, a gente vai lá depois para comprarmos”. Uahuahahauha. Eu dava umas risadinhas na hora pq realmente eu não agüentava. Foi muito engraçado. Ehheheheh.

No outro dia, foi meu Day Off, então sai com o Mirto Minino para darmos uma volta, ele comprar roupas, pois as roupas que ele estava não dava para segurar o frio daqui de Wisconsin Dells, e para ele conhecer um pouco mais a cidade.

Bom, como boas pessoas que gostam de caminhar, começamos nosso trajeto então, caminhando é claro (até mesmo porque não tínhamos outra escolha, ehehhee). Nessa etapa inicial, eu emprestei um gorro para o Mirto, ele pegou umas luvas do Bruno emprestadas e fomos. Nos primeiros três minutos de caminhada olho para o Mirto e vejo ele meio pálido e pergunto: “Que foi Mirto?” e ele: “Tá frio aqui né!”. Gente, não é maldade, mas eu não me agüento, eu quase morro de rir, auhauaahuhahauaha. Não tava nem perto de fazer frio mesmo, tava um friozinho e ele já não estava agüentando, eu quase morria de rir.

Fomos caminhando, caminhando, conversando, caminhando, tirando foto e eu só escutando as expressões do Milton: “Acho que não to sentindo mais o meu queixo!”; “Meu Deus, que vento gelado”; “Nossa, a neve é gelada mesmo” e a gente caminhando (esta hora eu estava mostrando o caminho do Subway para ele, pois ele vai trabalhar lá também) eu olho para ele, vejo um cara branco, com a cara séria, expressão de cansaço e tensão e escuto a tão esperada fala: “Nossa, é longe mesmo heim”. Uahuahahuaaa, quase cai no chão de rir. Acho que eu já tinha visto gente sofrer, mas como o Mirto tava sofrendo ali eu acho que nunca tinha visto. Foi muito engraçado.

Subway, depois Wal Mart (dessa vez de carona). Roupas, luvas, casacos, moletom e tudo mais para proteger do frio, compras feitas, go back pra casa. O engraçado dessa parte é que o minino tava sofrendo tanto com o frio antes de chegar lá, que ele vestiu tudo que comprou e ai fomos, caminhando como sempre. Andamos, andamos, andamos e de repente escuto a expressão de novo, só que desta vez ao contrário: “Nossa, está quente aqui com esse tanto de roupa”, uahuahahaua, eu não me agüentava, mas também, ele tava com tanta roupa que nem bala atravessava aquele tanto de pano, auhuahuhahua, foi engraçado de mais. Depois que chegamos, um pouco mais tarde, fomos comer uma pizza, umas 5 quadras daqui de onde moramos, quando eu e o Bruno chamamos ele, a expressão de sofrimento era eminente, só escutei um “Não tenho estrutura não, mas vamos lá”, mas enquanto caminhávamos eu prestava atenção nele, as caras de sofrimento e cansaço eram tão eminentes, pensem num homem sofrendo, era o Mirto Minino.

Hoje, fomos trabalhar, e o Mirto Minino já foi recepcionado com uma nevasca daquelas bem feias mesmo. Até pra mim foi novidade, nunca tinha caminhado com a neve caindo no rosto e tal.

Trabalhamos, foi legal, o Milton aprendeu um pouco do trabalho e a tarde ele ia no Outlet daqui (local como se fosse um shopping), ele saiu as 5, eu ia sair as 7 e o Bruno as 8. Porém poucos minutos antes de ele partir a Ashley ofereceu carona para ele e só escuto um: “Com essa neve caindo, não posso recusar”.

Bom, ele se foi e logo em seguida vamos eu e o Bruno, a neve caindo forte, eu todo coberto, parecendo o Jaspion, até de gorro que cobre o rosto todo e só deixa o buraco dos olhos eu estava usando. Esse tipo de roupa é bom, porque protege o corpo todo, porém é inacreditável, não é possível, eu sou azarado demaisss, eu com o corpo todo coberto, a neve podia bater em qualquer lugar do meu corpo mas onde ela insistia em cair? Era cada nevada nos olhos que eu quase ficava cego, não tinha lógica. Ooo tristeza, mas chegamos vivos em casa, ehehhee.

Bom, no mais é isso, depois conto mais a respeito das loucas aventuras minhas e do Mirto Minino.

Abracos e beijos para os respectivos. =)

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O Mistério das Bolachas Intermináveis

Hoje vou falar um pouco sobre o consumismo americano, sobre os tamanhos e quantidades extra, extra, extra grande daqui (como eles falam écstra, écstra, écstra...), que realmente é algo que tem me impressionado bastante.

Desde o dia que eu cheguei aqui, eu tenho visto as pessoas consumirem, consumirem, consumirem e consumirem, cada vez mais, cada dia com tamanhos maiores, algo impressionante de se ver. Antes de tudo já ressalto que estou escrevendo sobre essas coisas hoje, pois é um dia estratégico, mais na frente vocês irão descobrir o porquê, heheheh. Meu segundo dia em Dells foi o dia em que sai com minha empregadora para comprar roupas para o frio e um pouco de comida aqui para casa, coisas para café da manhã, essas coisas. A cidade aqui como já ressaltei é pequena, porém larga e gira em torno de um grande hiper mercado, Wal Mart, ele é o responsável por abastecer todos os habitantes de Dells e seu entorno, além dos estrangeiros que aqui habitam como eu. O supermercado daqui é gigante, de colocar qualquer Carrefour ou o próprio Wal Mart de Goiânia no chinelo, é impressionante o seu tamanho e a variedade de coisas que se encontra lá, coisas inimagináveis é capaz de se achar naquelas prateleiras, de roupa íntima a isca de pesca, acredito que se acha de TUDO lá, até super-herói descartável se brincar, você consegue um, hehehe. O problema é que é o único lugar da cidade de se comprar as coisas, aqui não existe pequenos supermercados ou mercearias de bairro como geralmente existe no Brasil, se eu precisar de um fósforo, preciso ir ao Wal Mart comprar.

Mas voltando, neste meu segundo dia aqui em Dells, estava eu e minha empregadora lá e eu estava morrendo de fome, doido para comer alguma coisa, já era mais de 3 horas da tarde e eu não havia comido nada naquele dia e ela me levou no Wal Mart. Entrando a boca já encheu de água, pois comidas diferentes é o que não falta. Porém a inexperiência e o medo de comprar o supermercado inteiro devido a fome, eu resolvi comprar poucas coisas, apenas para os primeiros dias mesmo (até mesmo porque naquele dia eu ainda não tinha noções de distância desta cidade). Foi ai que comprei um pacote de 24 latas de Pepsi (6 dóllares), 1 batata parecido com a Rufles (porém o tamanho é écstra, écstra, écstra, famoso tamanho família, cerca de 3 dóllares), 3 batatas pringles (1 dóllar o pacote) e um pacote de bolacha (também tamanho família, cerca de 2,50 dóllares). Realmente pouca coisa. Só um inocente e banana como eu que poderia achar pouca coisa. Ah, tenho que ressaltar uma passagem que foi muito engraçada. A fome era tão grande e eu já estava indo para o caixa (estava sozinho nesta hora, porque minha empregadora estava nos caixas me esperando) eu passo do lado de uma pizza écstra, écstra, écstra, grande, tamanho família, como tudo que vemos lá, ahhh, a boca na mesma hora encheu de água, o preço era super agradável (7 dóllares apenas), pensei: “Fechou, tenho pizza para uma semana! ehuahuahhau”. Lá vai eu feliz da vida para o caixa e de longe eu vejo a minha empregadora vindo em minha direção balançando a cabeça e dizendo um monte de coisa enrolado que eu só consegui entender mais ou menos assim: “Essa pizza não cabe no forno microondas do seu dormitório, vou devolvê-la”. É mesmo, precisava assar a pizza, uahauhaua, e era tãããããããããooooooo grande que não cabia no forno, eu tinha me esquecido desse pequeno detalhe. Fui embora sem a pizza, porém satisfeito com as coisas que tinha comprado.Em três dias eu tinha comido um pouco mais da metade das pringles e já não agüentava mais ver aquela batata, o pacote família eu nem tinha mexido ainda e as bolachas (Argh) já não agüentava mais vê-las. E eu não podia jogar aquelas coisas fora, afinal, existe muitas criancinhas no mundo passando fome (pensamento de todo gordo) e devido a isso não se pode jogar comida fora, tem que comer, Meu Deus, o que eu faria com aquelas coisas. Foi ai que eu tive a brilhante idéia. Na época o Bruno não tinha chegado ainda, eu mandei uma mensagem para ele, falando que o estava esperando e que eu já tinha até comprado comida, que era pra ele não se preocupar, que se ele chegasse com fome, teria o que ele comer, essa era minha esperança de acabar com essas coisas. O Bruno chegou, comeu uma ou outra coisa e não conseguia ver mais aquelas coisas também.

Bom, com muita luta, sacrifício e uns molhinhos de se colocar em batata frita (que eu roubei no Burguer King daqui, hehehhe, sou muito mal =) eu consegui acabar com as batatas a uns dias atrás. Mas as bolachas. O meu Deus, que bolachas. Eu já não consigo mais olhar para estas bolachas. Já tive até pesadelos com elas. É sério, toda vez que eu abria a geladeira para pegar uma Pepsi (que por sinal eu tomei a última hoje com a ajuda do Bruno) eu via aquelas bolachas na minha frente, vez ou outra eu até arriscava comer alguma, mas hoje, realmente não dá mais, não consigo nem mais sentir o cheiro. Mas eu não posso jogá-las fora, Meu Deus, e as criancinhas, como eu faço??? Foi ai que eu tive a brilhante idéias, heheheh (sou um gênio, já contei para vocês? Hehehe). Amanhã chega meu segundo roommate, meu amigão lá de Goiânia, Milton, estou aqui um pouco por causa dele, pois foi o grande incentivador de eu fazer este programa junto com ele, porém eu vim primeiro. Voltando, amanhã ele chega, nesse exato momento ele está no avião, por isso o momento estratégico de eu estar escrevendo isso hoje, ele não verá minhas palavras. Uma hora destas ele está comendo aquela comida horrível de avião e eu já estou até imaginando ele chegando aqui amanhã, morrendo de FOME, EEEEEEEEEEEEEEEEEE \o/, vou falar: “Meu amigo Miltão, estava a sua espera, que bom que chegou, eu até comprei comida (auhauhauhauuahha), tem umas bolachinhas ali pra você (uhuahuahua – isso é eu rindo na minha cabeça pois na hora estarei muito sério, como sempre, ehehhehe)”. Esta é minha última esperança de acabar com aquelas bolachas, se ele não o fizer, as criancinhas que vão ter que me perdoar, mas realmente não tenho estrutura mais para comê-las.

E isso tudo é culpa de quem? Quem? Quem? Do consumismo americano e da má influência que eles tem feito sobre mim, afinal de contas, sou um cara ingênuo e indefeso, perdido neste país e, além de tudo caio na tentação deste consumismo incontrolável. O meu Deus, Salve a América, pois ela está perdida, ehehhehe!!!Bom, no mais é só isso. Conto para vocês depois sobre a gula do meu amigo, auhauhaaua.

Bjos e abraços para os respectivos.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Primeiro dia de neve em Wisconsin Dells

Hoje foi um dia diferente dos outros aqui de Wi Dells. Porém antes de começar a falar de hoje, vou falar um pouquinho de ontem, que apesar de não ter tido graaaanndddess acontecimentos, teve fatos que eu gostei.

Apesar de ontem, domingo, ter sido um dia normal (normal para mim que sou um trabalhador em dias de domingo), aconteceu algo que foi legal par mim. Gente, legal, não engraçado como vocês já devem estar pensando ai.

Bom, vamos aos fatos. O dia em si foi normal, trabalha ali, afazeres normais dacolá, muita gente com fome, para meu desespero, pois quanto mais gente com fome, mais eu trabalho =/. Mas tudo bem, já estou me acostumando com isso, a única coisa que eu não me acostumei foi com o jeito que o povo faz o sanduíche aqui, pois aqui eles priorizam muito a velocidade, porém não a qualidade do sanduíche, e isso me choca, porque quanto mais rápido for, melhor, e pensem na lesma aqui. Aqui eles entregam o sanduíche caindo aos pedaços para a pessoa; socam tanta coisa dentro daquele pão que eu acho que quando a pessoa abre, voa presunto, almôndega, alface e molho para tudo quanto é lado, e a pessoa que se vire com aquele lanche, porém foi atendida em 2:30 minutos, é foda. Bom, o processo de montagem de um sanduíche é como uma linha de produção, tem várias etapas, começa pela escolha do pão, carne e queijo, que é uma pessoa que faz, ai vem outra pessoa ajudando nas verduras e eu fico na etapa semi-final, terminando com as verduras e colocando molhos, depois de mim só falta embalar o sanduba e quem faz isso é quem fica no caixa, pois ai esta pessoa visualiza qual o tipo de sanduíche e faz a cobrança. Eu nunca consegui ser muito rápido com essas coisas, trabalhos manuais, isso me deixa louco... e lento, mas paciência. Então quando estamos fazendo o sanduba, duas ou três pessoas na fila, talvez quatro ou cinco é tranqüilo, não exige toda aquela habilidade e velocidade, você vai trocando uma idéia (em inglês) com o cliente, fingi que entende, enquanto isso faz o sanduba e pronto, vai na maciota. Até ontem eu nunca tive apuros lá, sempre foi muito tranqüilo, poucas horas que davam um pouco mais de gente na fila, mas era fácil. Porém, ontem estamos lá, na linha de produção, duas ou três pessoas na fila, estamos levando na manha, quando de repente, como um foguete que cai no seu jardim do nada, simplesmente para um ... um ônibus na porta do subway, eu pensei que não era nada, na hora foi di boa, mas de repente, começou a descer jogadores lá de dentro, e descia gente, e descia, e descia gente que não parava mais, e esse povo começou a entrar no subway e a fila foi crescendo e crescendo e crescendo, de repente o povo já quase não cabia mais dentro da loja. Foi me batendo um desespero, eu fui ficando tenso, o calorão foi subindo no corpo e eu já não sou lá tão rápido, na hora da pressão, ai que eu me atrapalhava mesmo, o povo pedia Letuce (alface) e eu colocava cucumbers (pepino) e pedia onions (cebola) e eu colocava olives (azeitona) e virava aquela bagunça e eu só ia percebendo a linha de produção travando em mim. Pensem no desespero. Eu só escutava a gerente, a qual fica no caixa do meu lado falando: “Fast, fast”, e eu pensava: “Ai Meu Deus, o que que eu faço, porque nem dialogar com esse povo eu não consigo, se fingir que to passando mal, nem explicar o que eu to sentindo eu dou conta, que que eu faço?”,simplesmente fiquei desesperado porque eu não tinha saída, eu tinha que ficar ali, mesmo travando a linha de produção, mas tinha, acho que nunca fiquei tão desesperado na minha vida... UFA, que sufoco passei, mas deu certo, sobrevivi.

No final da tarde, quando tudo estava mais calmo e eu já tinha terminado meu trabalho, batido meu ponto, foi um brasileiro lá me pegar, eu tinha combinado com ele no dia anterior pela internet, nunca tinha visto o cara, mas ele honrou a promessa, foi lá e ele foi me mostrar de verdade a tão falada Wisconsin Dells. Gente, e não é que é verdade, existe vida e mais cidade além das ruas cumpridas que eu conheço e caminho todos os dias. Seu nome é Renato, um cara gente boa, cabeça, ta morando aqui já tem um mês, é bem focado no que quer e é bem agradável também, realmente um brasileiro bacana de se conhecer. Fomos dar um rolé e ele me mostrou o centro da cidade e outros pontos que são interessantes de conhecer e que eu nem sabia que existia, foi muito bacana e interessante o passeio. A cidade aqui, apesar de pouco habitada, é grande e larga, o que torna as coisas longes, e para quem não tem carro aqui como eu, não conhece o outro lado de Dells. O passeio de ontem a noite foi bom, abriu um pouco mais minha cabeça a respeito desta cidade.

Hoje, foi meu Day Off de novo, pois eu e o Bruno (meu roommate) íamos com nossa empregadora numa cidade aqui próxima tirar nosso social security (que é como se fosse uma carteira de trabalho aqui nos EUA). Então o Bruno acorda e levanta (como sempre antes de mim, pois quase morro de preguiça para levantar de manhã) e só fala assim pra mim: “Murilo, essa noite nevou”. E eu falei: “Ah, mas nevou outros dias também”, ai ele responde: “Não BANANA, nevou mesmo, olha” e aponta para a janela, ai que eu fui ver que realmente tinha nevado MESMO. Foi a primeira vez que eu vi tanta neve junto e uma paisagem branca na minha vida (foto da nossa janela abaixo).

Me troquei e saímos para encontrar com nossa empregadora e quando abri a porta de casa, a camada de neve estava gigante e foi ai que saímos como dois bobos e brasileiros láááááá do interior do Brasilzão para ver como que era a neve, as expressões eram assim: “Nossaaaa, é gelada mesmo”, “Nooossaaa, quando derrete vira água mesmo”, “Noooosssaaa, que legal, da para fazer bolinha com a neve”. Essas coisas que só brasileiro idiota fala né, pois é sou um deles, auhauhauauhuha.

Fomos na cidade, voltamos, coisa rápida e nada de mais e é claro que enquanto isso tiramos 498749872984789 fotos da neve,filmamos os lagos e paisagens congeladas, aquelas coisas normais que vocês já sabem e imaginam. Nada de mais.

Chegamos em casa, comemos e resolvemos ir lavar nossas roupas e depois ir no Wal Mart comprar algumas coisas, e como tudo aqui é longe, lá vamos nós para mais uma caminhada. O grande detalhe da neve é que realmente, vou ressaltar, ela é molhada, e outro detalhe, ela no chão parece um sabão, portanto, vocês já estão imaginando né. Aaaahhhhh, é claro que não seus bobos, dessa vez eu não cai, uahauhauuaha, mas confesso que quaaaassseeee, eheheheh. Se for para enumerar as vezes que eu escorreguei a gente não sai daqui hoje, mas a que eu mais passei perto de sentir a dureza do solo americano de novo (portanto dessa vez molhado, sujo e gelado) foi um momento que eu realmente estava caminhando tranquilamente e de repente, o Bruno olha pra mim e parece que eu to dançando um Break, as pernas iam para um lado e para o outro como um rapper, e eu só solto aquela expressão: “Uuuuu.... uuuufffaaaaaaaaaaaaa”, o aaaaaaaaaaaa foi no final quando eu já tinha conseguido o equilíbrio novamente, mas confesso pra vocês, quase beijei o solo americano de novo, passei perto disso.

O resto do dia foi a gente lavando roupas naquelas lavanderias igual vemos em filme, e é claro, dois brasileiros do interior, em terras desconhecidas americanos, 98729847398247 fotos e filmes e pega o sabão e tira uma foto e coloca na máquina e outra foto e o americano atrás vendo os dois retardados e ai vamos vivendo, daquele jeitinho bem brasileiro de ser.

Depois disso fomos no Wal Mart, nada de mais, o mais engraçado disso era a gente caminhando, a neve caindo de leve, o frio batendo e o Bruno falando: “Murilo...” e eu: “Queeee Bruno”, e ele: “Será que tem nariz para vender no Wal Mart, porque o meu eu já perdi congelado, esse que eu tenho aqui já era”, auhauahuahhaa, e eu olhava para o nariz dele e via aquela coisa avermelhada, auhauhauhuahauuaa, quase morria de rir. Era muito engraçado. Compras feitas, de volta para casa, caminhando again, mais escorregões normais, o Bruno ficando sem o nariz dele de novo, tudo na mesma, nada de novidades.

O bacana foi que quando eu estava no MSN a noite, o Renato me chamou para irmos num boliche aqui em Dells. Poxa, que legal, eu ia sair pela primeira vez a noite aqui para ir num boliche, gostei da idéia e fomos lá. Ele mora com um galera toda estrangeira, polonês, alemão (acho), outros que não sei de onde são e mais um americano, então resumindo a ópera, bate-papo só em inglês e o Murilo calado de novo, dando umas risadinhas para se mostrar agradável e fingir que tava no assunto, porque abrir a boca para conversar mesmo que era bom, NAADDAAA!!! Auhauhaa. Mas foi legal. Conheci como é um pouco do estilo da vida noturna americana (que por sinal tem mais mexicano que americano, ehheehhe) o boliche rolando, algumas mulheres feias fumando e as coisas acontecendo, que legal, existe vida em Dells e eu não sabia! O mais legal da noite era eu cantando distraidamente as músicas em inglês, aqueles hip hop da hora, essas coisas, mas cantando assim né: “”lai que sem da land e eu não sei, eh sim q no fil, laique não Il, e já não ei...”, coisas de brasileiro, e eles rindo da minha cara e perguntando o que eu tava cantando. Tudo bem que eu não sabia onde colocar a cara de vergonha, mas foi engraçado, uahuahuahha, me diverti com eles, uma turma nova, até nome americano eu ganhei. Na verdade tive dois nomes na noite, primeiro nome que me arrumaram foi um tal de Mourilalalalalaaaaa, uahuahuhauhaua, fiquei tenso com isso, ai eles me arrumaram outro: Marry, é foda, falei que esse nome era de mulher e era um nome muito gay, mas eles insistiram que poderia ser usado pra homem também e meio que ficou esse nome pra mim. É foda mesmo, até nome de mulher agora eu tenho que ganhar nesse país. Ai é paia. Hehehehe, mas a noite foi legal, diferente das minhas noites habituais aqui em Dells.

Bom galera, é isso, o mais é que cheguei aqui em casa e resolvi postar pra vcs, são 03:50 da manhã aqui, 07:50 da manhã no Brasil e that’s it.

Bye bye, see you later.

Kissess