sábado, 21 de fevereiro de 2009

3 Meses de USA

Não posso mentir que estava um pouco desestimulado a escrever aqui neste blog, não que eu não goste de escrever e contar para vcs minhas experiências mirabolantes por aqui. Mas é que de uns tempos para cá as rotinas e mesmices, que juntando com minha preguiça, tinham até me feito desistir de escrever neste espaço aqui.

Bom, mas depois de algumas pessoas (muito especiais diga-se de passagem) me cobrarem, pedindo para que voltasse a colocar meus dedos na ativa (no bom sentido é claro), aqui estou eu para tentar colocar vocês a parte do que vem acontecendo na minha vida nestas terras americanas.

São três horas da manhã do dia 21 de fevereiro de 2009 e o que estava na minha cabeça era exatamente o que escrever aqui? Poxa, estava pensando, tem exatamente três meses e 8 dias que estou em solo americano, eu devo ter alguma coisa para contar, preciso ter.

Estava fazendo um resumo destes três meses. Poxa, três meses que se passaram e eu nem vi. Fazendo uma análise deste curto-grande espaço de tempo eu pude perceber quantas coisas aconteceram e eu nem tinha me tocado.

Primeiro de tudo é que hoje por incrível que pareça eu consigo trocar uma idéia com americanos. É claro que tem muita coisa que passa e vai no contexto mesmo, mas o diálogo já esta saindo, já consegui até alugar americana em balada americana (a redundância foi proposital, ehehhe). Estes dias para trás, meu brother aqui o Renato até falou: Murilo, a gente ta falando inglês, vc já percebeu? Falamos errado, travamos em alguma coisa mas a comunicação acontece!! E eu pensei, puxa, é verdade, até ligação para reclamar do meu celular eu já fiz e a menina me entendeu. Bacanaaaaa!!!

Outra coisa muito massa que aconteceu por esses tempos e eu nem tinha percebido foi o tanto que meu leque de amizades cresceu. Vivendo em terras americanas eu conheci um monte de brasileiros, e muitos, muito gente boa, pessoas de diferentes lugares do Brasil, com diferentes estilos, mas que eu tive uma grande aproximidade. Que bacana!!!

E um grande fator que é altamente relevante, é o aspecto by myself, este mesmo, o interiorzão, o Murilo por dentro. Como mudei, como passei a perceber a vida de uma maneira diferente. Como passei a valorizar pequenas coisas ou até mesmo valorizar grandes coisas que antes não tinham o merecido respeito. Como percebi que minha família, amigos, colegas, todos que me rodeiam, são importantes para mim, são pessoas que me completam, que dão um verdadeiro significado para minha vida. Que loucura, digo de novo, que bacana. Eu cresci e nem percebi. Mas realmente, eu cresci!!!

E junto com todo esse mix de fatos ai, vale também ressaltar a experiência de morar longe do meu país de origem, de fazer amizades diferentes, de conhecer uma cultura diferente, de conviver com pessoas diferentes, de sentir sentimentos nunca sentido antes, de nascer um outro Murilo para “completar”um Murilo já existente!!! Realmente, todos esses fatos vão fazer parte do livro da minha vida e provavelmente terá o título: A momento em que o Murilo realmente cresceu (... e completo, mudou... para melhor) =) A começar pelo visual, confiram o novo style, ehhehee.


Eu nunca pude entender porque o fator de estar longe da minha vida REAL meche tanto comigo. Mas afirmo, como meche! Aqui parece ser um “sonho”, um sonho hard, mas não deixa de ser um sonho, pois tudo que vivo parece (e com certeza) uma hora vai acabar. Os brasileiros que conheci e fiz amizades, quase todos já se foram, os meus roommates também já estão indo, os locais que freqüentava como Pine Aire Motel (local dos brasileiros) quase já não tem brasileiros mais, a cidade que antes tinha neve e muito frio, quase já não esta tendo esse frio mais. O sonho para muitos já acabou, para mim ainda continua, agora a questão é até quando, e como será? Eis a questão.

A verdade é que a segunda etapa do sonho já esta começando a ser escrita, outra realidade está vindo, com novas mudanças, com novas pessoas, com novos lugares.
Meu contrato com o Subway está acabando, mas pretendo renovar, apesar de não ter sido a melhor das melhores experiências, para minha carreira profissional e para aquilo que eu quero ser quando “crescer” está sendo muito importante.

Vou mudar de casa, vou morar com novas pessoas, com outro roommate, com novas divisões, uma nova experiência.

Uma outra questão que também estava bem relevante era... mudar ou não mudar de cidade, essa era uma grande questão. Madison estava na minha cabeça o tempo todo. Amei aquela cidade. Depois da primeira visita tive o prazer de voltar lá algumas vezes para conhecer a vida noturna e digo, que vida noturna, meus amigos que me perdoem, posso até chegar a comparar com a minha incomparável Goiânia. Madison, que cidade, que lugares, que pessoas, que vida. Digo e repito, nunca tive vontade de ficar neste EUA, mas depois que conheci Madison, não posso mentir que senti vontade de ficar e desfrutar deste american life style por um bom tempo, nunca pensei em o resto da vida, pois isso é muito forte, mas passou pela minha cabeça por um bom tempo, mas por um bom tempo mesmo. Mas isso é algo que apenas passou, como um mosquito, te atormenta um pouco e depois vai embora. E agora, já foi... =)
Mas não vou mudar para Madison e nem ficar aqui muito tempo e muito menos o resto da minha vida, a minha passagem por terras americanas por enquanto ainda segue o plano A, voltar para o Brasil em 2010. E também não vou mudar para Madison porque as oportunidades em Dells são gigantescas, apesar de ser uma cidade pequena.

Parece engraçado, mas todas as pessoas que conheço, que até fiquei amigo, que as vezes cheguei a trocar confidências, são pessoas que tem uma possibilidade enorme de eu nunca mais ver em toda a minha vida. São pessoas que se tornaram meus “melhores amigos” por segundos e quando eu menos percebi, meu melhor amigo ta voltando para a realidade dele e a probabilidade de eu voltar a vê-lo é quase zero. Quando digo isso, posso até incluir os brasileiros, mas me refiro principalmente ao cara gente boa que trabalha no boliche e é da Turquia, e também aquele outro que você encontra em todas as baladas, troca a maior idéia e ele é do Equador, além de incluir também aquele seu roommate que é do Chile, fora a menina da Argentina, a bonitinha da Rússia, a estranha do Egito e assim vai. Todos esses e muitos outros são pessoas que passaram pela minha vida, nos tornamos “melhores amigos” e provavelmente eu nunca mais vou encontrá-los pelo RESTO DA MINHA VIDA. Louco isso não! Muito louco.

É difícil, como fazer um resumo destes três meses em apenas poucas linhas, eu acredito que precisaria de um livro inteiro para contar tudo, desde o primeiro tombo até o último choro. A mistura de razão x emoção, sonho x realidade, querer x poder, paciência x respeito, etc, etc, etc, são coisas que se confrontam o tempo todo e o resultado é isto que venho experienciado.

Mas concluindo o resumo irresumível, me sinto feliz, me sinto bem, me sinto diferente, me sinto alegre, sinto mudanças, sinto melhoras, sinto saudades, muitas saudades do Brasil, mas também as vezes sinto medo de acordar deste “sonho”, pois hoje é um sonho prazeroso. Como será o depois? Como será o amanhã? Alguém tem essa resposta para mim?

Sonho Lúcido, será que alguém quer acordar dele???

Grande abraço a todos!!!